Entrevista com 1º lugar no TCE-TO – Auditor de Controle – Engenharia Civil -Anderson Carvalho.

Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?

Meu nome é Anderson Carvalho, nasci em Pimenteiras, interior do Piauí; mas moro atualmente no Pará, em São Félix do Xingu. Me formei em engenharia civil em 2019, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

 

O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

A vida da minha família foi mudada por meio do serviço público. Minha mãe, especialmente, sempre foi uma inspiração para mim. Elas e muitas das minhas tias são professoras e não só criaram suas famílias por meio do serviço público, como impactaram de modo positivo gerações e gerações. Então, para mim, sempre foi natural a ideia de estudar para concursos.

 

Durante sua caminhada como concurseiro(a), você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?

Comecei a estudar para concursos em abril de 2019. Na época, estudava para qualquer cargo de engenharia civil, sem muito foco, mas estudava em tempo integral. A partir de fevereiro de 2020, passei a trabalhar na Prefeitura da cidade em que meus pais moram. A carga horária lá era de 30 h semanais, então tinha bastante tempo disponível para estudar. Só que, com a pandemia e a adaptação ao primeiro trabalho, terminei deixando os estudos em segundo plano e quase não estudei em 2020.

Em 2021, assumi uma quantidade de atribuições no trabalho muito maior do que em 2020 e terminei levando muito trabalho para casa, constantemente. E os estudos sofreram bastante com isso, minha saúde mental piorou bastante na época: de modo geral, eu me sentia muito angustiado por não conseguir estudar o que eu queria estudar e me sentia estagnado – não só nos estudos, na vida mesma.

Com ajuda da família e com acompanhamento psicológico, terminei superando essa situação e aprendi duas lições muito valiosas para mim hoje.

A primeira é que a gente tem que aprender a dizer “não” para algumas coisas para conseguir priorizar outras. Conversei com meu chefe do trabalho na época, sobre como as atribuições adicionais que eu tinha assumido estavam invadindo outras áreas da minha vida e consegui ajustar a fila de trabalho de modo que eu não “precisasse” levar trabalho para casa.

A segunda é que é completamente normal se sentir frustrado e angustiado quando um concurso não dá certo; mas é importante entender que existirão boas oportunidades no futuro e que o melhor que se pode fazer, depois de reprovar, é se preparar melhor para estas oportunidades.

A partir desse ponto, os estudos ainda tiveram altos e baixos, às vezes o trabalho me exigia mais e eu precisava frear um pouco os estudos, mas de modo geral, passei a estudar com muito mais constância.

No fim de janeiro de 2023, uma semana antes da prova da CGE SC, pedi exoneração do trabalho; já havia planejado a exoneração a um tempo e, desde então, pude me dedicar com mais intensidade aos estudos – mas também aproveitei para resolver alguns desejos que havia deixado em segundo plano.

 

Quantos e em quais concursos já foi aprovado(a)?

Até o momento, fui aprovado em 4 concursos:

Prefeitura de São Félix do Xingu – PA

Funsaúde – CE

Ministério Público do Estado do Pará (MPPA)

Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO)

Além disso, estou aprovado em 5º lugar no resultado preliminar da prova objetiva da CGE-SC.

Também tive outros bons desempenhos, recentemente, nos concursos do TCE-ES e TCM-SP; mas ainda não houve divulgação oficial dos resultados de nenhum desse concursos.

 

Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?

Eu tinha a expectativa de que a reação seria de êxtase, mas me senti mais aliviado do que extasiado. A jornada de concursos é cansativa e eu me questionei, frequentemente, se foi a decisão correta, se eu era capaz, se não estava apenas me iludindo. Então, quando a aprovação veio, veio uma sensação de alívio tão grande, de que eu não estava me enganando esse tempo todo. A alegria, com toda certeza, também veio, mas foi bem mais gradual, à medida que a notícia da aprovação ia “se assentando” em mim.

 

Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?

Eu, desde pequeno, nunca fui uma pessoa de socializar muito; então não senti que abdiquei do convívio social (de modo geral) para me preparar para os concursos. Normalmente, quando eu sentia vontade de sair com meus amigos ou família, eu saía. Mas isso não era frequente. Acho que ajudou, também, grande parte dos meus amigos também serem concurseiros.

Mas, mesmo que eu não adotasse uma postura radical, sei que é essencial dedicar tempo aos estudos e ser disciplinado em relação a isto. Tinham horas do meu dia separadas para o trabalho, horas em que eu podia assistir um episódio de uma série que queria muito ver. Mas tinham horas que a regra era estudar e nada mais.

Além disso, houve momentos em que, conscientemente, renunciei ao convívio social. Foram momentos em que julguei serem excelentes oportunidades para se gastar muita energia estudando – e fiz isso. No recesso do final de 2022, por exemplo, visitei minha família no Piauí; mas passava, normalmente, o dia inteiro estudando. Como não estava trabalhando no recesso, me sentia descansado para estudar e aproveitei ao máximo esses dias.

 

Você é casado(a)? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?

Sou solteiro e moro com meus pais. Minha mãe, que é minha maior inspiração de vida, sempre me apoiou muito nessa jornada. Inclusive, se eu levasse em consideração apenas a vontade dela, eu já teria pedido exoneração e estaria apenas estudando para concurso a muito tempo.

Ela sempre me disse que acreditava muito no meu potencial e que com trabalho duro, era apenas uma questão de tempo para que eu arranjasse um trabalho melhor, que me pagasse melhor e que fosse mais alinhado aos meus objetivos de longo prazo.

Tive, também, amigos que me ajudaram muito na jornada; com quem conversei todo santo dia sobre concursos, sobre assuntos que estávamos estudando; que me enviavam questões; e para quem eu enviava também enviava e discutia questões.

 

Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é, se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)

Eu não tive nenhum concurso como meu objetivo maior: os concursos para os quais dediquei maior esforço foram, com certeza, TCU (que reprovei) e CGE-SC (o qual estou esperando os resultados). Hoje em dia, diria que estudo para a área de controle, na especialidade de engenharia civil.

Em relação a continuar estudando, ou não, vai depender muito dos resultados de CGE-SC, TCE-ES e TCM-SP; e, também, de quando começarei a trabalhar no TCE-TO.

 

Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado(a)?

Em relação ao TCE-TO, diria que cerca de 2 meses. No entanto, já havia estudado, anteriormente, para TCU, CGU e TCE PI; preparações para as quais, em conjunto, havia dedicado cerca de 10 meses. De modo geral, antes do TCE-TO, já havia estudado para a área de controle, entre altos e baixos, paradas e recomeços, cerca de 16 meses (1 ano e 4 meses); e para concursos, no total, cerca de 2 anos.

 

Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?

Estudei pouco em pré-edital e, de modo geral, fui bastante indisciplinado. Em alguns meses estudava bastante, em outros nem tanto. Refletindo em retrospectiva, vejo que este foi um dos meus maiores erros. Na época, não conseguia equilibrar o trabalho com os estudos e nem conseguia persistir no hábito de estudar.

Nos últimos anos, foram, praticamente, um edital em seguida do outro: TCE-PI, Funsaúde, TCE-ES, TCU, CGU, Secont-ES, TCE-TO, CGE-SC, TCE-ES e TCM-SP.

Hoje em dia, sou mais disciplinado em relação aos estudos e, pessoalmente, algo que me ajudou muito foi conhecer meus hábitos e usar esses hábitos para estudar.

Na reta final da CGE SC, por exemplo, ainda estava trabalhando, então emendava no trabalho tudo aquilo que eu queria que virasse um hábito diário: ir à academia e depois estudar. Eu diminuía, assim, a quantidade de esforço que eu precisava para começar a estudar.

Para a CGE-SC, especificamente, foi extremamente importante o trabalho da Organiza para a minha disciplina com os estudos também. Ter um roteiro de estudos pronto, apenas para seguir, economizava muito da minha energia mental e eu conseguia estudar com muito mais qualidade.

Além disso, como avançava bem sobre todo o edital e resolvia bem mais questões que o usual, senti uma melhora muito grande no meu desempenho dos simulados. Passei a preencher lacunas que anteriormente tinha negligenciado e isso me motivava a continuar estudando.

 

Como conheceu o Organiza Concursos?

Conheci o Organiza Concursos pouco depois do concurso da SECONT ES – o qual reprovei na discursiva. Um amigo comentou que o Organiza estava preparando um projeto para a CGE SC e que tinha vontade de participar. Na época, vi o depoimento de um dos aprovados e me interessei.

 

A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?

Meu pico de estudo foram as duas últimas semanas de dezembro e as duas primeiras semanas de janeiro. Nesse período, estudei, em média, de 4 a 5 horas líquidas por dia. Para mim, esta é uma carga de estudos muito cansativa e, sempre que tento estudar mais do que isso, perco a objetividade e passo a estudar detalhes e assuntos cujo custo-benefício é bastante questionável.

Na semana anterior, porém, reduzi o ritmo – parte propositalmente e parte pela ansiedade por conta da prova. Passei a estudar cerca de 2 horas líquidas por dia. Aproveitei o tempo que sobrou para planejar detalhes das viagens (se ia ou não conhecer local de prova, planejar onde almoçar no intervalo entre os turnos da prova, o que eu poderia fazer ou não na cidade que não me atrapalhasse para a prova, quais assuntos, em especial, era importante que eu revisasse).

Na véspera da prova, pela manhã, fui preparar os kits que levaria: lanches, chocolates, águas e canetas. Revisei um pouco – preferi assistir vídeos a revisar manualmente – e depois fui almoçar onde planejava almoçar no dia da prova, para ter uma ideia do movimento, da qualidade da comida, de quanto tempo levaria para comer e retornar para o local de prova.

 

Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Erros:

– Não ter contratado antes um serviço para planejar os estudos (entendo ser uma questão bastante pessoal, mas, para mim, foi essencial para me tornar muito mais competitivo);

– Não ter dado foco à resolução de questões desde o início dos estudos.

Acertos:

– Ter persistido mesmo depois de reprovações.

 

O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

É natural se questionar sobre o que estamos fazendo nessa jornada de concursos é o certo ou não. Houve momentos em que pensei em desistir, mas é melhor entender onde erramos e tentar melhorar isso para no próximo concurso estarmos um pouco melhores.

 

Qual foi sua principal motivação?

Eu sou uma pessoa que fica desmotivada facilmente; então, mantive em mente que essa era uma jornada de longo prazo, que ia ter muitas derrotas, mas que, pouco a pouco, eu melhoraria e que, em algum momento, teriam vitórias. Além disso, também foi muito importante entender que um dia, uma semana, ou até mesmo um mês ruim de estudos, não é motivo para desistir. É persistir e continuar.

 

O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Apesar das frustrações e dificuldades do caminho, não desista; a jornada é longa e cansativa, mas uma hora dá certo!

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Felipe lamber

Cargo Atual

Engenheiro Civil

Professor de

Engenharia Civil

Formação

  • Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)

  • MBA em Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção (IPOG)

  • Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho (UCAM)

Aprovações 

  • Auditor Fiscal de Controle Externo – Área Engenharia Civil – TCE-SC (2022)

  • Auditor do Estado Esp. Engenharia Civil – Secont-ES (2022)

  • Auditor de Controle Interno – Obras Públicas – CGE-CE (2019)

  • Engenheiro Civil – Instituto Federal do Espírito Santo (2019)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de São Paulo (2018)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de Colatina (2017)
    Auditor de Controle Externo Esp. Engenharia Civil – TCE-PA (2016)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de Santa Maria de Jetibá (2016)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de Nova Friburgo (2015)

Sou o Felipe Layber Mota, engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), atuante na área privada, bem como no âmbito público há 8 anos. Apaixonado por engenharia civil, dedicarei esforços máximos para auxiliar você a alcançar o cargo público pretendido. No que se refere à experiência com concursos públicos, faço provas desde 2015. Nesse período, participei de 25 certames, os quais resultaram em 19 aprovações. ​ Importante destacar que em 2022 me preparei como aluno do Organiza, e, estudando de maneira comprometida, conseguir ser aprovado nos concursos da Secont-ES e TCE-SC. ​ Aos que me leem, desejo boas-vindas e me coloco a disposição para contribuir como puder para a sua aprovação. Podem contar comigo e vamos para cima!