Entrevista com 1º lugar PCD na CGE -SC – Auditor do Estado – André Egon Kirsten

Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?

Eu tenho 34 anos, nasci em Santa Maria/RS mas vim muito cedo pra Santa Catarina, vivi até meus 18 anos no oeste de SC e depois vim para Florianópolis pra estudar na UFSC e seguir meu sonho de ser engenheiro civil.

 

O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Eu trabalhei por 7 anos na iniciativa privada, fazia cursos, me especializava, mas tinha um salário baixo, que não correspondia ao meu esforço, meus estudos. Além de tudo, nem na minha carteira de trabalho eu era reconhecido como engenheiro civil, que é uma forma que as empresas privadas têm de não pagar o piso salarial. Me chateava trabalhar como engenheiro civil, mas na carteira de trabalho não ter isso reconhecido. Foi quando eu entendi que infelizmente a profissão de engenheiro civil é pouco valorizada no serviço privado e vi que no serviço público eu teria um salário digno, correspondente aos anos de estudo e dedicação que um engenheiro precisa na sua profissão.

 

Durante sua caminhada como concurseiro(a), você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?

Eu sempre trabalhava e estudava, não tinha condições de me dedicar somente aos estudos. No início da minha caminhada, eu chegava do trabalho, jantava e a partir das 20hs conseguia estudar, eu tinha como meta estudar pelo menos 2hs por dia, então estudava até as 22hs pelo menos. E nos fins de semana, eu estudava todo o período da tarde. Após conseguir ser aprovado em um processo seletivo em prefeitura eu consegui ter mais tempo para os estudos pois trabalho das 7hs até as 13hs, então tenho boa parte da tarde para estudar.

 

Quantos e em quais concursos já foi aprovado(a)?

O concurso da CGE/SC foi o primeiro que eu fiquei dentro das vagas para engenheiro civil. Geralmente os concursos para engenheiros civis tem poucas vagas, mas na prática os órgãos públicos chamam mais do que as vagas. Eu já fui chamado no concurso da prefeitura de Porto Belo/SC e no do DEINFRA/SC, mas não assumi em nenhum deles porque passaria a ter menos tempo de estudo caso tivesse trabalhado nesses órgãos, eu preferi então ter mais tempo de estudo para almejar objetivos maiores, como o do concurso da CGE/SC. Já fiz outros concursos que fiquei bem colocado, mas ainda não fui chamado como no Ministério Público/SC (3º), prefeitura de São José/SC (4º). Mas já fiz muitos concursos que não fui bem, no entanto não desisti, continuei me esforçando.

 

Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?

Tive uma felicidade plena pois trabalhar na CGE/SC é um sonho, além do vencimento do cargo, que é muito bom, é um órgão muito importante no governo de Santa Catarina e que faz diferença na sociedade, fiquei muito contente de ter a oportunidade de trabalhar nesse órgão.

 

Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?

Eu nunca tive uma vida social de sair muito, sempre fui mais de ficar em casa, então com os estudos minha rotina não mudou muito. Como eu faço parte do espectro autista, eu sempre fui diferente das outras pessoas nessa questão de vida social, então não senti falta disso.

Quando eu tinha algum tempo eu ia ao cinema com minha esposa e meu filho ou então jogávamos vídeo-game juntos. Minha família compreendia que muitas vezes não havia tempo para lazer devido aos meus estudos, eu tive apoio deles para isso.

 

Você é casado(a)? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?

Eu sou casado, tenho um filho com 7 anos de idade. Moro na casa do meu padrasto e minha mãe. Minha família me apoiou totalmente com relação aos estudos para concursos, principalmente com relação à compreensão da falta de tempo muitas vezes para o convívio em família mesmo. Muitas vezes eu não estava em convívio familiar pois estava no quarto estudando. A desvalorização da profissão de engenheiro civil na iniciativa privada também ajudou minha família a compreender que por meio do serviço público eu seria valorizado e teria uma remuneração digna.

 

Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é, se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)

Com certeza, eu na minha caminhada fiz todos os concursos de engenharia civil na minha região, que é a grande Florianópolis (não fiz em outras pois não gostaria de me mudar para outra cidade). Fiz um processo seletivo para a prefeitura de Palhoça/SC, que foi o que me permitiu ter mais tempo para estudar para outros concursos pois tenho boa parte da tarde livre atualmente. Existem concursos que são escada para outros maiores, como o processo seletivo que eu fiz. Além disso a cada concurso feito você aprende mais coisas, evolui, o conhecimento ganho não é perdido. Por exemplo, eu fiz o concurso do TCE/SC, no qual fui mal, mas por meio dele eu estudei Auditoria. Quando veio o concurso da CGE/SC eu já tinha um conhecimento básico da matéria.

 

Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado(a)?

Eu estudei por uns 6 meses focado no concurso da CGE/SC.

 

Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?

Eu tinha um cronograma de estudos por dia. Procurava fazer questões todos os dias e seguia também as tarefas diárias do projeto Nomeação da CGE/SC do Organiza Concursos.

 

Como conheceu o Organiza Concursos?

Vi que o Organiza tinha muitos alunos bem colocados em vários concursos e gostei do método do Organiza, de separar questões diárias para serem feitas, com foco nos concursos de engenharia civil.

A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?

Na semana anterior da prova eu não fiz tantas questões, fiz muitas revisões e foquei muito na discursiva do concurso. Eu já fiz o concurso do IPHAN, que tinha discursiva, fui bem nas questões objetivas, mas a discursiva fez eu despencar na classificação, então não queria que isso acontecesse no concurso da CGE/SC. Na semana anterior eu revisei muitos temas de discursivas e reli muitas discursivas que eu fiz como treino para o concurso. O curso de discursivas do “Você Concursado” me ajudou bastante a melhorar minha prova discursiva. Na véspera da prova eu apenas descansei pois não queria chegar cansado para fazer a prova, pois o cansaço faz você cometer erros que podem ser fatais num concurso disputado como o da CGE/SC.

 

Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Meu principal erro foi que eu tive um projeto estrutural mais complexo a ser feito a serviço da prefeitura onde trabalho e durante umas 2 semanas eu não estudei para o concurso (o que foi um risco grande), eu usava meu tempo livre para estudar soluções para o projeto que estava fazendo. Eu não conseguia estudar pois pensava muito nesse projeto estrutural. Depois de resolver o projeto, eu retomei os estudos, mas eu confesso que corri um risco grande.

De acertos o meu principal é não desistir. Eu tive vários fracassos em concursos e alguns sucessos, acredito que ser resiliente seja a principal característica que um concurseiro deva ter.

 

O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

O mais difícil é ter paciência, raramente você começa a estudar para concursos e os resultados vem imediatamente. Você tem que ter paciência para aceitar resultados ruins, continuar se esforçando e obter bons resultados. Não pensei em desistir porque eu já tinha minha experiência trabalhando na iniciativa privada, eu sabia que para ser valorizado como engenheiro eu tinha 2 opções: 1) empreender em um negócio próprio (o que exige capital que eu não tinha) e 2) trabalhar no serviço público, no qual há muitos órgãos que valorizam os engenheiros civis que fazem parte deles. Eu escolhi estudar até passar, não importa o tempo que isso levasse.

 

Qual foi sua principal motivação?

Minha principal motivação foi a minha família, dar uma qualidade de vida melhor para eles por meio de um trabalho digno, no qual eu fosse valorizado e eu sabia que conseguiria isso no serviço público.

 

O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Diria para ser teimoso, resiliente, não desistir. É bom tentar ver o copo meio cheio as vezes, mesmo que você tenha um resultado ruim num concurso pense que o que você estudou não se perdeu, você vai aproveitar esse conhecimento no próximo concurso. Eu dou um exemplo, eu tenho um amigo que fez o concurso da SEFAZ/SC comigo, eu tive um péssimo desempenho nesse concurso, mas segui em frente. Ele teve um desempenho muito bom para o primeiro concurso dele, mas não foi suficiente e nunca mais ele fez outros concursos. Eu tenho certeza de que se ele tivesse continuado se daria bem, mas o que faz diferença mesmo é não desistir mesmo tendo resultados ruins.

Posts recentes

Felipe lamber

Cargo Atual

Engenheiro Civil

Professor de

Engenharia Civil

Formação

  • Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)

  • MBA em Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção (IPOG)

  • Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho (UCAM)

Aprovações 

  • Auditor Fiscal de Controle Externo – Área Engenharia Civil – TCE-SC (2022)

  • Auditor do Estado Esp. Engenharia Civil – Secont-ES (2022)

  • Auditor de Controle Interno – Obras Públicas – CGE-CE (2019)

  • Engenheiro Civil – Instituto Federal do Espírito Santo (2019)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de São Paulo (2018)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de Colatina (2017)
    Auditor de Controle Externo Esp. Engenharia Civil – TCE-PA (2016)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de Santa Maria de Jetibá (2016)

  • Engenheiro Civil – Prefeitura de Nova Friburgo (2015)

Sou o Felipe Layber Mota, engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), atuante na área privada, bem como no âmbito público há 8 anos. Apaixonado por engenharia civil, dedicarei esforços máximos para auxiliar você a alcançar o cargo público pretendido. No que se refere à experiência com concursos públicos, faço provas desde 2015. Nesse período, participei de 25 certames, os quais resultaram em 19 aprovações. ​ Importante destacar que em 2022 me preparei como aluno do Organiza, e, estudando de maneira comprometida, conseguir ser aprovado nos concursos da Secont-ES e TCE-SC. ​ Aos que me leem, desejo boas-vindas e me coloco a disposição para contribuir como puder para a sua aprovação. Podem contar comigo e vamos para cima!